Sonho antigo em Itabira e promessa de campanha em Monlevade, cursos de Medicina estão suspensos no Brasil

A medida, segundo o Ministério da Educação, visa à sustentabilidade da política de formação médica no Brasil, preservando a qualidade do ensino

Sonho antigo em Itabira e promessa de campanha em Monlevade, cursos de Medicina estão suspensos no Brasil
Formação de novos médicos está suspensa no Brasil por 5 anos – Divulgação

O Ministério da Educação suspendeu, nessa quinta-feira, 5 de abril, a publicação de novos editais para criação de cursos de Medicina pelos próximos cinco anos. A medida também afeta os pedidos de aumento de vagas em cursos já existentes. A portaria foi assinada pelo ministro Mendonça e frustra as duas maiores cidades da região do Médio Piracicaba, Itabira e João Monlevade, que tinham o sonho de ter o ensino para futuros médicos em seus territórios.

A medida, segundo o ministro, visa à sustentabilidade da política de formação médica no Brasil, preservando a qualidade do ensino. “Temos a visão de que a formação médica tem que zelar pela qualidade”, destacou. “Isso é fundamental, tendo em vista, inclusive, a tradição da boa formação médica que o Brasil conquistou nos últimos anos e que precisa ser preservada. Nós teremos uma parada e, respeitando aquilo que vai ser planejado e deliberado por um grupo de trabalho, enxergaremos um horizonte para que a formação médica no Brasil passe por uma avaliação completa e uma adequação, tendo em vista a necessidade da população brasileira de um lado e o zelo pela formação médica do outro”, completou.

Em Itabira, obter o curso de Medicina era sonho tanto da Fundação Comunitária de Ensino Superior (Funcesi) quando do campus local da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) (veja aqui, aqui, aqui, aqui aqui) As duas instituições chegaram a fazer contato com o MEC para formalizar os pedidos, mas em nenhum dos casos as propostas avançaram. A Funcesi chegou, inclusive, a receber investimento da Prefeitura na casa dos R$ 400 mil para elaborar o projeto pedagógico do curso.

Em João Monlevade, a implantação do curso de Medicina foi a principal promessa de campanha da prefeita eleita Simone Carvalho (PSDB). O governo local chegou a conversar diretamente com a secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC), Maria Helena de Castro, e contou com ajuda do senador Antônio Anastasia e de deputados na intermediação. A proposta era aproveitar o campus da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) para receber os futuros médicos.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e do monitoramento 2016-2019 do Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal, o Brasil atingiu a meta estipulada de criação de 11 mil vagas/alunos em cursos de graduação em medicina por ano. “Nós mais do que dobramos o número total de faculdades de medicina nos últimos anos, o que significa dizer que há uma presença em termos de formação médica em todas as regiões do Brasil, inclusive nas que tinham uma menor taxa de atendimento”, argumentou o ministro.

A portaria também institui um grupo de trabalho para reorientar a formação médica. Durante o período de suspensão, o MEC promoverá um amplo e profundo estudo sobre a formação médica no Brasil, que contará com a cooperação do Conselho Federal de Medicina (CFM) e de associações médicas nacionais.

Crescimento

De 2003 a 2018, foram criados mais de 178 novos cursos de Medicina no país. Com a estreia do programa Mais Médicos, em 2013, houve um crescimento de escolas médicas e de novas vagas para cursos de Medicina. De 2013 a 2017, o número de vagas saltou de 19 mil para 31 mil em todo o país, sendo 12 mil vagas a mais, por ano. No mesmo período, foram selecionados 67 municípios para oferta de cursos de graduação em Medicina.

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