Recém-criada, Patrulha da Violência Doméstica já muda realidades de famílias em situação de agressão em Itabira

Equipe visita e faz o acompanhamento à vítima de acordo com a necessidade, seja ela diária, semanal ou permanente

Recém-criada, Patrulha da Violência Doméstica já muda realidades de famílias em situação de agressão em Itabira
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O panorama da violência contra a mulher em Itabira tem tomado uma dimensão ascendente. Do dia 1º de janeiro deste ano até o mês de novembro, 101 homens foram presos em flagrante por crimes de diversas naturezas contra a mulher, somente na cidade, conforme matéria divulgada por DeFato Online. Nos últimos seis meses foram requeridas 241 medidas protetivas de urgência e cerca de 170 mulheres foram acompanhadas pela Polícia Militar.

Os números assustam. E é exatamente para tentar quebrar o ciclo da violência de gênero que a Patrulha da Violência Doméstica (PPVD) foi implantada em Itabira, em maio deste ano.  O trabalho foi criado em Belo Horizonte em 2011 pela Polícia Militar. A tenente Mirian Guimarães, coordenadora do PPVD na cidade, explicou que a iniciativa surgiu com a chegada do tenente-coronel Hudson Ferraz à Itabira, que percebeu os altos índices de violência doméstica no município.

A Polícia Militar estudou perfis e treinou a equipe que integraria as atividades. “Não é qualquer policial militar. A PM estudou um perfil e fez um treinamento para esse profissional entender como se deve atender uma vítima de violência doméstica”, declarou Mirian.

Para a efetividade do trabalho junto às mulheres, que se encontram em uma situação de fragilidade, a equipe é sempre a mesma, para que a vítima estabeleça uma relação de confiança com o policial para tratar um assunto tão delicado. Além da coordenadora, integram o grupo: os sargentos Leila Gomes e Anderson Tassi e a soldado Mileide.

Acompanhamento

Quando tomam conhecimento dos casos, os militares começam a dar acompanhamento à vítima, com a ida da viatura diária até a casa e inserção na ficha de cadastro. A partir daí, há todo apoio, com visitas, análise da situação e, sendo o caso, há o auxílio do Centro de Referência em Assistência Social (Cras), Poder Judiciário e Ministério Público. “Aí que entra essa rede. A PPVD está inserida em conjunto com todos esses órgãos”, complementa a tenente.

O trabalho é feito com foco no agressor, na tentativa de se quebrar o ciclo da violência e encorajar a mulher, “tentando mudar essa cultura do empoderamento do homem, trazendo mais segurança e coragem para a mulher, com orientações sobre direitos e tudo o que está a favor dela”, como explica a militar. Tudo para que a mulher não seja novamente agredida.

A equipe visita e faz o acompanhamento à vítima de acordo com a necessidade, seja ela diária, semanal ou permanente, até que a situação se resolva. Se o agressor tiver problemas relacionados ao álcool ou drogas e estiver disposto a se tratar, a PM recebe a ajuda do Cras e Creas e o homem é encaminhado ao Caps AD para tratamento.

Resultados

A militar comenta que o trabalho da PPVD já tem dados resultados, o que a motiva a trabalhar a cada dia mais. Segundo Miriam, no último dia 7 de dezembro, ela recebeu a notícia de que em Itabira, uma mulher iria para um abrigo com os filhos, mas, graças ao trabalho da patrulha, a vítima dispensou a acolhida, já que não haveria mais a necessidade. “Conseguiram uma melhora em relação ao companheiro, que parou de incomodá-la. Para nós, é maravilhoso, pois a gente vê que o trabalho realmente está surtindo efeito”, finaliza a tenente.

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