Palestra e exposição abrem programação dos ’16 dias pelo fim da violência contra a mulher’

Campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher” foi oficialmente aberta em Itabira nesta segunda-feira

Palestra e exposição abrem programação dos ’16 dias pelo fim da violência contra a mulher’

A campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher” foi oficialmente aberta em Itabira nesta segunda-feira, 27 de novembro, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA). O evento contou com a presença de diversas autoridades, entre pessoas ligadas ao combate a violência à mulher, políticos e inúmeros estudantes da cidade.

A delegada especializada no atendimento às mulheres, Amanda Machado, abriu o encontro. Ela leu partes de boletins de ocorrências descrevendo o sofrimento de mulheres que viveram o pesadelo de um relacionamento abusivo, o que chocou os presentes, pela violência com que foram praticados, tanto física, como psicologicamente. A comandante da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), comentou os motivos, em sua maioria, banais, que levam os homens a cometerem tais atos. “Que vocês, como parcela da população itabirana, disseminem todas as informações que foram passadas aqui”, pediu a delegada aos participantes.

A representante da Casa Abrigo Sempre Viva, do Consórcio Mulheres das Gerais, Carolina  Machado, contou sobre sua atuação junto às vítimas de abusos, muitos deles justificados pelos agressores, que colocam a culpa dos atos violentos na companheira. Ela ressaltou que as mulheres são as vítimas, uma vez que ao conhecer os parceiros, “nenhum deles têm estrela na testa”, nem apresentam seus históricos de violência anterior. Com o tempo e a sequência de xingamentos ou agressões, as atitudes abusivas acabam por baixar a autoestima da parceira. “Eles se apresentam da melhor forma que podem. O problema é que a gente entende que a violência é só essa deixa que marcas. A gente nem sempre entende que a violência pode aparecer pelo excesso de controle”, disse ela, dando diversos exemplos. Segundo Carolina, é necessário ouvir as mulheres, dando também voz a elas, além de se pensar em formas de proteger o sexo feminino, propiciando empoderamento.

Chamou a atenção o depoimento da itabirana Arlete da Consolação, que por anos sofreu diversos tipos de abusos por parte do ex marido, quando morava na cidade de Barcarena, no estado do Pará. Ela comentou sobre as diversas agressões, dentre elas, facadas, golpes de peixeiras, socos. “Mas, um dia eu tomei coragem, peguei minhas duas filhas, uma de um lado, a outra de outro, e fui embora de barco”, disse ela, sendo aplaudida de pé por todos.

Exposição

Paralelamente à palestra, acontecia a exposição do coletivo feminista “Filhas de Frida”, de Montes Claros, no foyer da FCCDA. A exposição “Ajudem Aquela” trouxe imagens impactantes e que chamam a atenção para o crescimento da violência contra a mulher. A Cia. Itabirana de Teatro realizou uma peça voltada ao tema da campanha, assim como alunos de escolas públicas da cidade se apresentaram no evento. O grupo Meninar também realizou números musicais.

Confira programação completa 

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