Morte de peixes do rio Santo Antônio assusta população em Ferros

Nos últimos dias, centenas de peixes estão sendo encontrados mortos na bacia do Rio Santo Antônio, principal afluente do Rio Doce, no Leste mineiro. A suspeita é de uma forte contaminação da água por resíduos químicos. De acordo com relatos de moradores de Ferros e Carmésia, peixes mortos são vistos em pontos diferentes boiando no Santo Antônio e no rio do Peixe, afluente do primeiro.

A Polícia do Meio Ambiente, desde a última segunda, 19 de maio, faz buscas na região para verificar a causa da contaminação. “Ainda não identificamos os responsáveis, mas foi lavrado um Boletim de Ocorrência e requisitamos as análises da água ao Igam e dos peixes mortos ao IEF. Também comunicamos o ocorrido ao Núcleo de Emergência Ambiental, do Governo de Minas, e ao Ministério Público, para que sejam tomadas as providencias cabíveis. Fizemos contato com o destacamento de Conceição do Mato Dentro, município vizinho onde o rio nasce, para que a situação seja verificada também por lá”, afirma o Sgt. Sérgio Carvalho, da PM do Meio Ambiente de Ferros. 

A Associação de Desenvolvimento e Defesa Ambiental de Ferros (Addaf) também encaminhou ofício ao Ministério Público requisitando a apuração do fato. “Essa contaminação é um crime terrível contra toda a sociedade, porque estamos vivendo uma crise de abastecimento de água sem precedentes. O Santo Antônio era, até então, o único afluente do Rio Doce que apresentava água com potencial de consumo humano e ainda conserva, pelo menos, quatro espécies endêmicas de peixes”, diz a vice-presidente da Addaf e membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Santo Antônio, Tereza Cristina Silveira.

A Prefeitura de Ferros informou que fez a coleta de amostras da água do rio e dos peixes mortos. O órgão informou, ainda, que receberá apoio da Copasa para realização de análises laboratoriais. Já o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), de Itabira, ofereceu suporte à Addaf para análises laboratoriais e as coletas deverão ser planejadas nesta quinta, 21 de maio.

A Secretaria Municipal de Saúde emitiu um comunicado recomendando a população a não consumir os peixes do rio e nem se banhar nele pelo menos durante os próximos 30 dias. Conforme informou a secretaria, este é o prazo para que as análises laboratoriais da Copasa sejam concluídas.