Marca portuguesa de porcelana lança coleção com índios caiapós da Amazônia

A ornamentação de peças em cerâmica é uma delicada arte praticada por grupos indígenas brasileiros desde muito antes da chegada de Cabral à costa da Bahia. Em Portugal, por sua vez, a pintura de porcelana contabiliza séculos de tradição e requinte. Agora, uma coleção tenta aproximar esses dois universos artísticos. Uma das mais tradicionais marcas […]

Marca portuguesa de porcelana lança coleção com índios caiapós da Amazônia

A ornamentação de peças em cerâmica é uma delicada arte praticada por grupos indígenas brasileiros desde muito antes da chegada de Cabral à costa da Bahia. Em Portugal, por sua vez, a pintura de porcelana contabiliza séculos de tradição e requinte. Agora, uma coleção tenta aproximar esses dois universos artísticos. Uma das mais tradicionais marcas de porcelana de Portugal, a Vista Alegre, acaba de lançar uma linha em parceria com índios caiapós do Brasil.

Com mais de 70 peças, a coleção Amazônia reúne uma série de representações visuais da maior floresta tropical do mundo.
A colaboração com os caiapós foi feita em parceria com a EcoArts, uma associação sem fins lucrativos que auxilia povos indígenas na Amazônia brasileira. Uma parte da renda obtida com o trabalho será revertida para projetos de reflorestamento na região. Para cada peça vendida, uma árvore será plantada. O resultado final inclui peças para serviço de jantar, chá e café, objetos de decoração, peças em vidro e cristal e de iluminação. Pássaros, flores, sementes e até as cores da Amazônia se fazem presentes nos itens, que já estão à venda em Portugal e em toda a Europa.

Um grupo de representantes dos caiapós, que vivem em uma área próxima ao Pará, está em Portugal para o lançamento da coleção e também para uma residência artística na fábrica responsável pela produção das peças.

Tesouro Recuperado

Além da inspiração indígena, a coleção também resgata ilustrações feitas pelo naturalista brasileiro Alexandre Rodrigues Ferreira há mais de 200 anos. Após uma temporada de estudos na Universidade de Coimbra, o então jovem de 27 anos foi incumbido pela rainha Maria 1ª a comandar uma expedição científica ao interior do Brasil. Em 1783, ele partiria para uma viagem de nove anos explorando as florestas, em um trabalho que deu origem ao livro “Viagens Philosophicas”, uma das obras mais robustas de representação da natureza da então colônia. Com as invasões napoleônicas em Portugal -que causaram também a fuga da família real para o Brasil-, o material acabou disperso e muito da obra de Alexandre Rodrigues Ferreira caindo no esquecimento.

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