Itabira regista maior índice de infestação do mosquito da dengue dos últimos anos

Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) aponta infestação de 10% em Itabira, dez vezes acima do percentual tolerado pelas autoridades em saúde

Itabira regista maior índice de infestação do mosquito da dengue dos últimos anos
Foto: Arquivo DeFato

A Prefeitura de Itabira divulgou no final do mês passado que o índice de infestação predial do mosquito transmissor da dengue no município chegou a 10%. Os números constam no último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa), realizado entre os dias 9 e 13 de abril. Os números são considerados assustadores pela Secretaria Municipal de Saúde. Para comparação, no levantamento de 2017, referente ao mesmo período, o índice era de 5,2%. Os percentuais mais altos, antes, haviam sido registrados em janeiro de 2014, de 7,8%, e em março de 2015, 8,1%.

“Esta situação que estamos vivendo é a do índice mais alto na história do município desde 2008, e o que precisamos de fato, é a compreensão da população no sentido de monitorar a situação dentro de casa. O destino do lixo, dos inservíveis ou recicláveis é de responsabilidade da população, considerando que temos os dias e horários corretos para a coleta seletiva, orgânica e de apoio”, afirmou Thereza Cristina Oliveira Andrade Horta, superintendente de Vigilância em Saúde.

Até o dia 13 de abril foram pesquisados cerca de 2.067 domicílios itabiranos. Em 207 foram notificados focos de dengue. De acordo com o Liraa, nenhuma região do município registrou condição satisfatória, ou seja, com o índice inferior a 1%. A situação mais grave é a da Vila Técnica da Conceição, onde o índice de infestação é de 50%, seguida pelos bairros Eldorado (42,85%), Área Verde (39,39%) e Hamilton (25%). Também em péssima situação, os bairros Vila São Joaquim (21,42%) e Nossa Senhora das Oliveiras (20,68%), acompanhados do Juca Batista, Ribeira de Cima e Vila Piedade, ambos com 20%. Já o bairro Machado, registra 18,42% e com 16,66%, estão os bairros Água Fresca e Conceição.

Na casa dos 15%, estão os bairros Pedreira (15,87%), São Pedro (15,71%) e São Geraldo (15,55%). Depois, aparecem Clóvis Alvim II (13,79%), Santa Ruth (13,69%) e, com 13,33%, os bairros Chapada, Barreiro e Major Lage, seguidos de Abóboras e Boa Esperança, ambos com 12,5%. O índice no bairro João XXIII é de 12,24% e 10% nos bairros Amazonas, Clóvis Alvim I e Praia.

Abaixo disso, mas ainda com risco de surto de dengue, estão Penha (9,3%), Bálsamos (9,09%), Distrito Industrial I (8,69%) e Novo Amazonas (8,57%). Estão com 8,33%, a região da rodoviária – Parque da Água Santa – e os bairros Pedras do Vale e Vila Salica. Juca Rosa (8,21%) e, com 8%, os bairros Bela Vista e Jardim Gabiroba I. Na mesma situação, os bairros Bethânia (7,69%), Pará (7,57%), Fênix (7,27%) e Campestre (7,14%).

Os bairros Madre Maria de Jesus (6,89%), Caminho Novo (6,75%), Jardim Gabiroba (6,42%), Gabiroba (6,35%), Santa Marta (6,25%), Centro (5,76%), Cônego Guilhermino (4,17%) e Santo Antônio (4%) também correm risco de surto. Já os bairros Colina da Praia (2,7%) e Jardim Belvedere (2,43%) estão em situação de alerta.

Criadouros do mosquito

Segundo informação da Secretaria Municipal de Saúde, o Liraa classificou também a situação de criadouros do Aedes aegypti no município e, a superintendente Thereza Andrade declarou que os focos residenciais ultrapassam 90% dos casos. “O maior número de focos foi encontrado nos domicílios, mais de 90%. Enquanto era achado um foco em terreno baldio, encontrávamos mais de 30 dentro de residências”.

De acordo com esta classificação, foram identificados mais criadouros do mosquito em recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas em locais abertos (quintal e pátio) e ferros velhos, além de entulhos de construção. O segundo lugar com mais registros são os depósitos móveis – vasos, frascos, pratos, recipientes de desgelo, bebedouros em geral, pingadouros e materiais em depósitos de construção civil. Já os materiais de depósitos domésticos – barris, tanques, tambores etc – foram classificados em terceiro na lista de berçários do Aedes aegypti.

Pneus, câmaras de ar e outros materiais rodantes e, depósitos fixos – borracharias, hortas, calhas, sanitários sem uso, piscinas não tratadas, fontes ornamentais, floreiras de cemitério, cacos de vidro em muros e toldos – estão, respectivamente, nos quarto e quinto lugares. Com menos incidência de criadouros, estão os depósitos naturais – bromélias e buracos em árvores e rochas – na sexta colocação e, caixas localizadas em lugares elevados – caixas d’águas destampadas – no sétimo lugar.

Apesar dos esforços da Prefeitura para impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, Thereza Andrade ressaltou a importância de a população também prevenir possíveis focos. “10 minutos por semana é o suficiente para as pessoas verificarem a casa e o entorno, para ter certeza que não tem nenhum material, resto de construção, brinquedos de criança ou inservíveis que possam acumular água e, consequentemente, ser um criadouro”.

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