Convocação de assembleia depende de solução de “pontos obscuros” em acordo, avisa presidente do Metabase

O presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região, André Viana Madeira, falou nesta sexta-feira, 23 de novembro, em entrevista à imprensa, sobre aspectos do Acordo Coletivo de Trabalho 2019 (ACT) negociado com a Vale. O líder sindical exaltou melhorias conquistadas pelos representantes dos funcionários nas três rodadas de discussões realizadas até o momento, mas […]

Convocação de assembleia depende de solução de “pontos obscuros” em acordo, avisa presidente do Metabase
André Viana falou sobre Acordo Coletivo – Foto: Rodrigo Andrade/DeFato|

O presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região, André Viana Madeira, falou nesta sexta-feira, 23 de novembro, em entrevista à imprensa, sobre aspectos do Acordo Coletivo de Trabalho 2019 (ACT) negociado com a Vale. O líder sindical exaltou melhorias conquistadas pelos representantes dos funcionários nas três rodadas de discussões realizadas até o momento, mas pontuou que a convocação da assembleia geral ainda depende da resolução de “pontos obscuros” dentro do acordo.

Segundo André Viana, os impasses estão em cláusulas que se referem às horas in itinere e pagamento de adicional noturno. Sem especificar quais medidas vai adotar, o presidente do Metabase afirmou que poderá buscar alternativas judiciais para fechar as últimas pendências do ACT. “São pontos obscuros que ainda precisam ser esclarecidos”, disse o sindicalista.

Sobre os outros pontos do acordo, André Viana se mostrou satisfeito com o progresso alcançado nas discussões que teve com a Vale até então. O ponto mais exaltado por ele é o reajuste salarial de 6% para toda a categoria. O sindicalista destacou que nos últimos anos não houve um percentual que se aproximasse desse índice e que nem mesmo a Petrobrás alcançou esse volume de aumento.

“Desde que assumi, destaquei que o reajuste salarial seria o nosso foco. Não vamos aceitar trocar reajuste por ‘penduricários’. Os penduricários acabam e o reajuste estará presente em toda vida laboral do trabalhador”, defendeu André Viana. “É também o que baliza a PR (participação nos resultados). Quanto maior o salário do funcionário, maior a PR dele”, completou.

O ACT 2019 ainda tem outros pontos destacados pelo presidente do Metabase. Um deles é o reajuste de 3,5% em todos os demais benefícios concedidos aos trabalhadores, incluindo o cartão-alimentação, que subirá para R$ 745. O adicional de turno será reduzido de 65% para 45%, mas os funcionários com esse direito terão mais um reajuste de 3,5% nos salários além dos 6% destinados à classe em geral.

O pagamento de periculosidade é mais uma cláusula que exigiu discussão entre Metabase e Vale. Nas primeiras rodadas de conversas, a empresa sugeriu que a bonificação só passasse a valer a partir de 30 minutos de exposição, mas a entidade sindical conseguiu reduzir para 20 minutos. Eletricistas, no entanto, estão excluídos desse “período de carência”. “Eletricistas, se ficarem 30 segundos expostos já está recebendo periculosidade”, exemplificou André Viana.

Quanto às horas extras, passa a valer em Itabira o banco de horas positivo, que até então não existia. Pelo acordo, quando o trabalhador chegar a 24 horas extras, a empresa tem obrigação de pagá-las ou liberar folga ao funcionário. No caso do banco de horas negativo, que é aquele em que o colaborador se ausenta do serviço mesmo sem ter hora na casa, o trabalhador terá até um ano para repor o que está devendo.

Presidente do Metabase defendeu melhor proposta aos trabalhadores – Foto: Rodrigo Andrade/DeFato

Resolução de conflitos

Uma das cláusulas mais comentadas pelo presidente do Metabase durante a coletiva foi a de resolução de conflitos. Segundo André Viana, a empresa pretendia restringir o ingresso do funcionário na Justiça do Trabalho em caso de demissões. Depois de três reuniões, no entanto, esse ponto foi retirado do acordo.

“Foi um dos nossos avanços mais significativos. Era uma cláusula que muito nos preocupava. Em Itabira não teremos essa restrição”, disse o sindicalista. “A pergunta que eu faço é: por que este medo da Vale com a Justiça?”, indagou.

Ao fim da entrevista, André Viana reforçou os números obtidos pela Vale em 2018 e defendeu que a empresa tem, sim, condições de oferecer um acordo generoso aos funcionários. “O trabalhador quer ser reconhecido justamente porque a empresa vive um bom momento”, concluiu.

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